Primeiro, porque eu estava, de fato, viajando sem parar, e não conseguia ficar um minuto para organizar todos os textos do caderninho para o computador.
Depois, porque voltei e estava organizando a vida.
Depois, OAB. Depois, monografia...
Mas, dentro de tantas desculpas, uma delas tornava a atualização desse blog impossível: a falta do meu caderno de viagens!
(sniff, coitadinho)
Não que ele esteja completamente perdido - eu ainda tenho esperança! - mas sim que ficou vagando pela ponte aérea Portugal-Brasil...
Explico-me.
Foi em Junho, em Lisboa, que tive o último contato pessoal com o caderninho. Acabei esquecendo-o na casa da amiga de minha mãe, com a qual tive o prazer de ficar hospedada - e que voltimeia volta para o Brasil. Assim, logo que descobri que o caderninho gostou tanto de Lisboa que ficou por lá mesmo, avisei.
Desde então, o caderno deve ter mudado de mão umas duas vezes, e, nas vidas ocupadas das boas almas que dele cuidam, ainda não chegaram até a saudosa escritora.
Mas um dia, eu sei, ele chega.
De qualquer forma, desde que voltei da Europa, a vida acadêmica ocupou e continua a ocupar um espaço proeminente na minha vida. A diferença agora é que até essa ingrata, a Academia, foi graciosa e me permitiu viajar também.
Em fevereiro, no meio de um carnaval sem viagens, meu orientador encorajou-me a mandar um abstract para uma conferência na República Tcheca. Só para ver no que daria.
Alguns meses depois, quando recebi o e-mail de resposta, antes de abrir eu já adivinhava o não. No resumo do e-mail tinha um "we are..." que eu já completei com "sorry to inform you that...". Mas quando o "lamentamos" se transformou em um "estamos felizes em anunciar que você foi aceita", mal pude acreditar. A conferência seria em agosto - e eu sinceramente não contava com a possibilidade de voltar para o Velho Mundo tão cedo.
Aí veio a novela toda de preparações - passagens, acomodação, planos... Mas não valia a pena viajar para ficar só uma semana, ir à conferência e voltar. Então aqui estou - 15 dias de final de verão europeu, sendo que sete desses dias eu passo sozinha.
Não cheguei nem a compartilhar no blog as dores e delícias de viajar sozinha, mas posso dizer que foi uma experiência que mudou minha visão de mundo.
De uma menina que vagava pelas ruas à noite sem conseguir entrar em um restaurante para jantar, quase chorando de solidão, até a destemida (em parte) desbravadora das duas cabeças da águas do Império Austro-Húngaro, foram muitas viagens e muito crescimento pessoal.
Dessa vez, o objeto de minhas explorações solitárias é Berlim, cidade que pulsa com a história de uma parte dos meus ancestrais, um dos palcos principais do século vinte, que foi sacudida por revoluções e pisoteada por fascistas; palco dos horrores de Hitler e dos horrores aéreos dos aliados. Bombardeada, destruída, rasgada ao meio, chantageada, reunida... E agora é jovem, forte e irônica.
Nem comecei a escrever sobre Berlim e já dá pra perceber que é uma cidade que conquistou o meu carinho...
De qualquer forma, embora esteja escrevendo todos os dias, não garanto que vá ter a internet (e o tempo precioso de sono) para digitar tudo, colocar fotos e publicar... Mas agora já aprendi a minha lição de colocar tudo no computador o mais rápido o possível.
Assim sendo, me aguardem...
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